Por Maria da Graça Marques
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As vendas para o Ano Novo nos supermercados de Pelotas foram acima do esperado, ao contrário do que ocorreu para o Natal, avalia o presidente do Sindicato do Comércio de Gêneros Alimentícios (Sindigêneros), Hélio Berneira. Levantamento realizado pela entidade encontrou aumento médio nas vendas da virada de 2022 para 2023 entre 8% e 9%.
Segundo Berneira, os consumidores deixaram as compras para as comemorações de final de ano para as vésperas do Ano Novo, quando as bebidas foram os produtos mais procurados - especialmente as cervejas, conta. O aumento em volume de produtos foi compatível com o do faturamento alcançado em Pelotas, explica Berneira.

Do presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Longo, Berneira conta que ouviu afirmativas neste mesmo sentido, com reflexos mais positivos nas vendas para os estabelecimentos localizados nas regiões turísticas.
Atrelada à questão do desempenho do setor no final do ano vem a das contratações nos últimos meses de 2023 e as possíveis demissões no começo de 2023, em razão da queda nas vendas para todo o varejo.

Segundo o presidente do Sindigêneros, o setor fez contratações temporárias por 90 dias de funcionários para atender à maior demanda do final do ano. São eles que também substituirão aqueles que entrarão em férias neste começo de ano.
Destes temporários, Berneira lembra que 30% permanecem no quadro efetivo das empresas após os 90 dias de contrato. O setor, concorda o presidente, é um daqueles que enfrenta muita rotatividade de mão-de-obra, em razão da jornada de trabalho aos domingos que muitos não querem cumprir.

Pensando já na volta às aulas, que começará entre o final da primeira quinzena e o começo da segunda de fevereiro, os supermercados pelotenses devem voltar a fazer contratações temporárias para atender ao grande grupo de clientes com foco neste segmento específico de compras.

Falta de produtos
Outra questão que não passa despercebida pelos consumidores é a de falta de alguns produtos nas prateleiras neste começo de ano. Segundo Berneira, alguns fornecedores não fizeram as entregas dos produtos adquiridos ou então descumpriram os prazos.

As mudanças nos governos federal e estadual, com as questões políticas que vieram como consequência, principalmente em Brasília, também trouxeram um clima de incertezas que pode afetar o abastecimento, diz Berneira. “A política pesa”, completa o presidente.

Sua expectativa é que tudo esteja resolvido ainda neste mês. “Depois do dia 20, normaliza tudo”, diz Berneira, que já ouviu, no entanto, comentários sobre paralisação dos caminhoneiros em breve. ​